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Ética na Medicina: regras fundamentais para sua carreira profissional 

Ética na Medicina

O ingresso na área da saúde, especialmente na medicina, exige desde o primeiro dia uma postura ética rigorosa que acompanha o estudante por toda a carreira profissional. O Código de Ética Médica e o Código de Ética do Estudante de Medicina são documentos fundamentais que delineiam o comportamento esperado ao longo dessa jornada.

Mais do que regras, esses códigos representam um compromisso com a dignidade humana, o respeito à vida e a promoção do bem-estar coletivo. Entender o que é permitido ou não tanto como estudante quanto como futuro médico é essencial para uma prática segura, responsável e humanizada.

O que é o código de ética médica?

O Código de Ética Médica é um conjunto de normas elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) que orienta médicos quanto às suas obrigações profissionais, morais e legais. Ele é revisado periodicamente para se manter atualizado com os avanços científicos e as transformações sociais.

Suas diretrizes regulam desde o atendimento ao paciente até a relação entre profissionais, instituições de saúde e sociedade. 

A atual versão brasileira foi publicada em 2019 e fundamenta princípios como a autonomia do paciente, sigilo profissional, responsabilidade técnica, respeito à vida e boa prática médica. Entre outros pontos importantes, o documento proíbe expressamente:

  • Atuar fora dos limites de suas competências;
  • Abandonar pacientes em tratamentos urgentes ou que dependem de continuidade;
  • Divulgar imagens de pacientes sem consentimento;
  • Receber comissões por procedimentos ou prescrição de tratamentos.

A ética médica aplicada ao estudante de medicina

Antes mesmo da formação profissional, os graduandos de medicina são inseridos em ambientes de prática real, tendo contato com pacientes, famílias, cadáveres e instituições de saúde. 

Por essa razão, há um documento específico: o Código de Ética do Estudante de Medicina, criado para regular as condutas durante a graduação. Esse código estabelece, por exemplo, que o estudante deve:

  • Priorizar a saúde e dignidade do paciente, mesmo não sendo ainda profissional habilitado;
  • Respeitar colegas, professores e outros membros da equipe multiprofissional;
  • Agir com discrição, responsabilidade e empatia, especialmente no trato com pacientes e familiares;
  • Preservar o sigilo de informações clínicas e não fotografar ou divulgar imagens em redes sociais ou qualquer meio não autorizado.

O que o estudante de medicina pode fazer

Com supervisão adequada, o estudante pode participar de procedimentos clínicos e receber pacientes em unidades de atendimento, desde que:

  • Esteja devidamente identificado como estudante;
  • Seja autorizado e acompanhado por um médico responsável;
  • O paciente tenha consentido previamente com a participação do estudante;
  • Limite sua atuação às práticas que estejam em seu nível de formação.

Essas interações, quando bem orientadas, desenvolvem competências clínicas, raciocínio ético e empatia, fundamentais para a formação de médicos humanizados.

O que o estudante não pode fazer

Ética na Medicina

Há limites claros e inegociáveis mesmo em ambientes de aprendizado:

  • Prescrever medicamentos ou realizar procedimentos invasivos sem supervisão médica;
  • Divulgar casos clínicos, diagnósticos ou imagens sem anonimização ou consentimento;
  • Desrespeitar cadáveres e peças anatômicas, essas devem ser tratadas com reverência;
  • Relacionar-se de maneira inadequada com pacientes, nem mesmo em redes sociais;
  • Assumir responsabilidades técnicas ou legais que sejam exclusivas de um profissional habilitado.

Descuidos nessas áreas não apenas comprometem a formação ética do aluno, como podem acarretar sanções, incluindo desligamento da instituição ou impedimento de registro profissional no futuro.

Princípios bioéticos fundamentais na medicina

A ética médica é amparada por princípios bioéticos amplamente aceitos no mundo. São eles:

  • Autonomia: respeitar a decisão e o desejo do paciente;
  • Beneficência: agir sempre pelo bem do paciente;
  • Não-maleficência: evitar qualquer tipo de dano ou risco desnecessário;
  • Justiça: oferecer tratamento digno e equitativo para todos.

Na atuação diária, seja no internato, residência ou na prática clínica, esses princípios norteiam escolhas clínicas e decisões morais que vão muito além do conhecimento técnico.

O juramento de Hipócrates e a tradição ética da medicina

Ao final da graduação, como forma simbólica de compromisso, muitos estudantes realizam o tradicional Juramento de Hipócrates, que inclui promessas como:

  • Respeitar e guardar segredo sobre tudo o que for confidenciado pelo paciente;
  • Promover a saúde e bem-estar daqueles que atendem;
  • Reconhecer os próprios limites e cuidar da saúde pessoal;
  • Tratar os colegas com respeito e compartilhar saberes para o bem coletivo.

Esse juramento cria uma ponte entre a ética acadêmica e a responsabilidade profissional, reforçando o papel social do médico.

A ética também está na pesquisa e ensino

Em atividades extracurriculares, como iniciação científica ou pesquisa em hospitais, os estudantes devem seguir as normas do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da sua instituição. Entre os requisitos estão:

  • Submissão de projetos ao CEP com aprovação prévia;
  • Garantia do consentimento livre e esclarecido por parte de participantes de pesquisas;
  • Sigilo e respeito à privacidade dos dados coletados;
  • Divulgação dos resultados com responsabilidade científica.

Nesse contexto, fraudes acadêmicas, como plágio, resultados manipulados ou falsas autorias, são veementemente condenadas e podem comprometer o futuro profissional do aluno.

O papel da ética clínica na decisão médica

A tomada de decisão em medicina envolve múltiplas variáveis: estado clínico do paciente, evidências científicas, preferências do indivíduo e contextos socioculturais. Diante disso, a ética orienta o profissional a agir com base em:

  • Escuta ativa e empatia;
  • Compartilhamento de decisões, visando sempre o melhor interesse do paciente;
  • Compreensão do risco-benefício de cada tratamento proposto;
  • Transparência e honestidade, mesmo em situações delicadas.

Esses aspectos tornam-se parte fundamental do raciocínio médico, garantindo que a técnica seja acompanhada de sensibilidade e respeito.

A formação de médicos humanizados e éticos

A ética pode ser ensinada e, sobretudo, praticada. Desde o primeiro contato com a anatomia humana até o momento da formatura, o estudante é exposto a situações que exigem senso crítico, maturidade emocional e capacidade de lidar com conflitos éticos.

Faculdades engajadas com a formação completa do estudante promovem estratégias como:

  • Simulações com atores-pacientes;
  • Debates sobre dilemas éticos reais;
  • Acompanhamento psicológico e tutoria pedagógica;
  • Inclusão da ética médica nas avaliações regulares.

Essas iniciativas ajudam a construir profissionais comprometidos não apenas com a ciência, mas com o ser humano em sua totalidade.

Na UNDB, ética e excelência caminham juntas na formação médica!

Ser médico vai além do conhecimento técnico, exige compromisso com a vida, respeito ao próximo e decisões pautadas em valores. Na UNDB, a formação ética é parte essencial da jornada do estudante de Medicina, com disciplinas, vivências e acompanhamento que preparam profissionais conscientes, humanizados e prontos para os desafios da prática clínica e social.

Importância dos códigos de ética na formação e atuação médica

O Código de Ética Médica e o Código de Ética do Estudante de Medicina desempenham papéis fundamentais na formação e atuação responsável de quem escolhe essa profissão. 

Ambos orientam quanto ao que é permitido e o que deve ser evitado, construindo uma base sólida para que práticas clínicas, decisões pessoais e relações interpessoais ocorram com responsabilidade, empatia e respeito à vida.

Mais do que regras, esses códigos representam valores que moldam o caráter do médico desde a graduação e que continuarão a guiar suas ações ao longo de toda a jornada profissional.

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