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Cirurgia robótica: como ocorre e quem pode realizá-la?

cirurgia robótica

A medicina está passando por uma transformação marcante com o avanço dos robôs cirúrgicos. Mais precisão, menos dor e recuperação acelerada são apenas algumas das vantagens que esse tipo de procedimento oferece aos pacientes modernos.

Ao mesmo tempo, os profissionais envolvidos precisam se adaptar a um novo cenário, com treinamentos tecnológicos e práticas de simulação que redefinem o papel do cirurgião na sala de operação.

O que é cirurgia robótica e como ela funciona?

A cirurgia robótica é uma técnica operatória minimamente invasiva realizada com o auxílio de sistemas robóticos avançados, que permite ao cirurgião operar com mais precisão, controle e visão. 

O profissional não manipula diretamente os instrumentos, mas comanda um robô por meio de um console com visão 3D de alta definição e controladores manuais e pedais.

Esses sistemas utilizam braços articulados que seguram instrumentos microcirúrgicos e uma câmera. A tecnologia reduz os tremores naturais da mão humana, aumenta o alcance dos movimentos e proporciona melhor ergonomia ao cirurgião, que pode operar sentado, com mais conforto, mesmo em procedimentos longos e complexos.

Outro diferencial dessas operações está nas incisões significativamente menores do que as da cirurgia convencional. Isso diminui o risco de infecções, promove menos sangramento e reduz o tempo de internação e de recuperação do paciente.

Evolução histórica da cirurgia robótica

A trajetória da cirurgia robótica começou com iniciativas na década de 1980. Em 1985, o robô PUMA 560 foi utilizado com sucesso em uma biópsia neurocirúrgica, considerado um dos primeiros marcos da categoria. 

Três anos depois, o PROBOT, desenvolvido no Reino Unido, foi usado em cirurgias de próstata. Já em 1992, o ROBODOC permitiu a substituição de quadris com alta precisão na modelagem óssea.

A tecnologia avançou consideravelmente graças a melhorias na computação gráfica, miniaturização de componentes e técnicas de imagem médica. 

Nos anos 2000, sistemas como o Da Vinci, um dos mais populares atualmente, tornaram-se amplamente utilizados no mundo todo, especialmente em áreas como urologia, ginecologia, cirurgia torácica e gastrointestinal.

Etapas da  moderna

cirurgia robótica

A realização de uma cirurgia robótica segue um conjunto de passos bem definidos, combinando tecnologia, preparo clínico rigoroso e uma equipe multidisciplinar altamente treinada.

  1. Preparação do paciente: O indivíduo é anestesiado e posicionado adequadamente na mesa cirúrgica. A equipe realiza incisões de cerca de 0,5 a 1 cm para permitir o acesso dos instrumentos.
  2. Inserção dos trocartes e instrumentos: Dispositivos conhecidos como trocartes são inseridos para guiar os instrumentos e a câmera. O sistema robótico se conecta a esses acessos.
  3. Visualização e comando: O cirurgião posiciona-se no console e inicia o controle dos braços robóticos. Uma câmera 3D fornece uma imagem aumentada da área a ser operada.
  4. Procedimento cirúrgico: Com os instrumentos estabilizados, o médico realiza a intervenção com extrema precisão. Ao fim do procedimento, os instrumentos são removidos e as pequenas incisões fechadas com suturas absorvíveis ou cola cirúrgica.

Esse processo possibilita uma atuação menos invasiva e com chances reduzidas de erro, garantindo mais segurança e conforto ao paciente.

Principais tipos de cirurgias robóticas

A cirurgia robótica está presente em diversas especialidades médicas. Seu uso se destaca em diferentes procedimentos, especialmente naqueles que exigem precisão milimétrica.

Cirurgias urológicas

  • Prostatectomia robótica: Indicada no tratamento do câncer de próstata, essa técnica permite a remoção da glândula com precisão, minimizando riscos de disfunções urinárias e sexuais;
  • Nefrectomia: Utilizada na retirada total ou parcial dos rins;
  • Cistectomia: Remoção da bexiga em casos de tumores malignos.

Cirurgias ginecológicas

  • Histerectomia: Remoção do útero de forma menos invasiva, com menor desconforto pós-operatório;
  • Miomectomia: Exclusão de miomas intrauterinos;
  • Endometriose profunda: Finos instrumentos robóticos permitem remover lesões difíceis de alcançar.

Cirurgias cardiotorácicas

  • Reparo de válvula mitral: Procedimento delicado no coração feito com maior segurança;
  • Cirurgia de revascularização do miocárdio: Pela técnica minimamente invasiva, evita-se a abertura completa do tórax;
  • Lobectomia pulmonar: Remoção parcial do pulmão em casos de câncer.

Como os médicos se preparam para o uso de robôs na cirurgia?

A formação dos cirurgiões em cirurgia robótica envolve uma jornada distinta com várias etapas de capacitação. Treinar habilidades técnicas, desenvolver familiaridade com os consoles robóticos e simular cenários são partes essenciais da nova realidade cirúrgica.

Treinamentos técnicos obrigatórios

Para conduzir uma cirurgia robótica, o profissional deve cumprir um protocolo de certificação que inclui:

  • Treinamento em simuladores 3D: Equipamentos que replicam situações reais permitem ao cirurgião praticar em ambiente controlado, desde a manipulação de instrumentos até emergências clínicas.
  • Sessões supervisionadas: Após o treino simulado, o médico realiza procedimentos sob orientação de especialistas experientes, muitas vezes acompanhando diversas cirurgias como observador antes de participar ativamente.
  • Atualizações contínuas: Os sistemas robóticos passam por inovações constantes, exigindo que os profissionais realizem requalificações periódicas para acompanhar os avanços.

Instituições e centros de treinamento

Universidades e hospitais de referência, como o Hospital Israelita Albert Einstein e o Hospital Sírio-Libanês, no Brasil, oferecem programas específicos de formação em cirurgia robótica.

Centros internacionais também promovem intercâmbios, workshops e cursos intensivos.

A robótica exige que os cirurgiões saibam combinar conhecimento anatômico com domínio de interface tecnológica. Portanto, o treinamento também envolve:

  • Habilidades de coordenação motora fina;
  • Interpretação de imagens em alta definição;
  • Comunicação com equipe multidisciplinar durante o procedimento.

Desafios e perspectivas da cirurgia robótica

Apesar de seus inúmeros benefícios, a cirurgia robótica ainda enfrenta desafios. Um deles é o alto custo de aquisição e manutenção do equipamento, o que restringe seu uso a centros hospitalares mais estruturados. 

Ademais, a curva de aprendizado pode ser longa e requer investimento das instituições em treinamentos contínuos.

Contudo, com a crescente demanda por procedimentos menos invasivos e a incorporação de inteligência artificial e aprendizado de máquina nos sistemas cirúrgicos, há expectativas de uma expansão significativa dessa tecnologia nos próximos anos.

UNDB e o futuro da medicina

Na UNDB, inovação e excelência caminham lado a lado. Com foco nas transformações que a tecnologia traz à saúde, a instituição prepara seus alunos para os desafios da medicina moderna, incluindo a cirurgia robótica, uma revolução que exige precisão técnica, domínio tecnológico e visão de futuro. 

Cirurgia robótica é o futuro da medicina!

A cirurgia robótica inaugurou uma nova era na medicina, com benefícios claros para pacientes e profissionais da saúde. Procedimentos com mais precisão, recuperação acelerada e menor impacto físico são alguns dos grandes avanços proporcionados pela tecnologia.

Enquanto isso, o preparo dos médicos torna-se cada vez mais sofisticado, com treinamentos práticos, simuladores de última geração e uma nova abordagem sobre segurança e eficácia cirúrgica. O futuro da cirurgia já começou e chegou com braços robóticos altamente precisos.

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